segunda-feira, 2 de outubro de 2017


RESULTADO À VISTA!



10h20m de 2 de Outubro de 2017.

Os votos estão contados.
Em todo o País, apenas em seis freguesias os resultados finais estão por apurar.
Mas os dados de Lisboa são definitivos: a contagem está fechada nas vinte e quatro freguesias do Concelho.

- x -

Segundo o sítio oficial das Autárquicas 2017, o Partido Socialista (PS) conquistou, a nível nacional, 157 presidências de câmara - mais 6,8% do que as 147 da eleição anterior -, e obteve 38,01% dos votos - mais 4,4% do que os 36,39% anteriores.

Isto, note-se, coincidindo com uma legislatura em que o PS se encontra sujeito ao desgaste da governação do Estado, assim não sendo, propriamente, de espantar se, mesmo tendo em conta a especificidade das Autárquicas, tivesse sido, globalmente, penalizado nesta eleição.

Não foi.

Tal como não foi em 2013, em Lisboa, quando, estando na governação da Câmara Municipal, obteve uma expressiva maioria absoluta de 11 vereadores em 17 disponíveis.

Da mesma forma que ontem, a nível nacional, não houve, nas Autárquicas 2013, qualquer desgaste, qualquer erosão devido ao facto de o PS se encontrar na governação.

Bem pelo contrário.


E, mesmo em Lisboa, ao nível das freguesias, também não!

- x -

No entanto,

nas Autárquicas 2017, em Lisboa,
o Partido Socialista PERDEU
a maioria absoluta, e três vereadores !

A política partidária, nacional ou local, não interessa, minimamente, ao Misérias de Lisboa, nem alguma vez irá interessar.

Mas sendo o "Misérias" um espaço que vem, desde há tempos, a chamar a atenção para aquilo que é e não deve ser em Lisboa, não poderia deixar-se ficar calado perante tão miserável resultado eleitoral, evidentes como são as causas que a ele terão conduzido.

É que não é um qualquer aselha que, num quadro eleitoral tão favorável
como aquele em que se candidatou, consegue um resultado tão desastroso,
em que perde nada menos do que 27,27% dos 11 vereadores !

É, de facto, necessário que a nossa extremosa Edilidade tenha optado por uma atuação pusilânime, e por se apresentar ao eleitorado, nos cartazes, literalmente de braços cruzados, numa postura que bem exprime o quase nada que, no que a intervenções de fundo, estruturais tem sido feito, preterido perante as inúmeras e extremamente incómodas obras de municipal cosmética que, nos últimos anos, diariamente tem imposto ao nosso outrora pacato dia-a-dia.

Esta quebra de 27,27% em vereadores corresponde a uma estrondosa perda de 21,26% de votos:  de 50,91% em 2013, o PS passou para meros 42,02% agora, o que ditou a perda da maioria absoluta com que tem vindo a governar.

A nível nacional, o PS sobe 4,4%.  Em Lisboa, desce 21,26%.

Ou seja:  o PS regista, em Lisboa,
um resultado mais de 25 pontos pior do que o total nacional!


Mas SÓ a nível municipal!

Nas freguesias de Lisboa,
o PS manteve os 40% de 2013!
Melhorou um pouco, até!


Não resta, assim, qualquer dúvida de que
a quebra brutal do PS em Lisboa
se deveu,
exclusivamente, ao
péssimo desempenho da
Câmara Municipal!


"Vitória" do PS em Lisboa ?

Mas está tudo doido,
ou o estado de choque fê-los levantar os pezinhos do chão ?

As palmadinhas nas costas recebidas no Hotel Altis
não foram de felicitação,
mas de comiseração, de conforto.


Porque, tirando aquilo que, por razões que nada têm a ver com a gestão autárquica, aconteceu ao Partido Social Democrata (PSD),
o resultado, em Lisboa, do PS
foi o pior de todos os principais restantes.

E, como estas coisas não acontecem por acaso, não há como dissociar o desaire da desastrosa, ligeira, inconsequente e pouco competente gestão camarária que vem sendo feita, iluminada por uma política que em muito pouco corresponde aos reais e legítimos anseios dos Alfacinhas, facto para o qual aqui me não tenho cansado de alertar.

- x -

A perda da maioria absoluta faz, necessariamente, com que uma ou outra força política minoritária logo se perfile como peça fundamental para viabilizar a governação camarária.

Mas atenção:

se essa peça fundamental sancionar a proliferação de ciclovias que quase ninguém utiliza em detrimento de lugares de estacionamento que ninguém pode deixar de utilizar; ou a complacência perante a quantidade de imóveis devolutos ou em ruínas, apenas para não tomar uma posse administrativa que lhe custaria fundos que prefere esbanjar em políticas de "embelezamento" esquecendo as obras estruturais;  ou o amadorismo de decisões tomadas e revertidas por erros técnicos fáceis de evitar,

não se admire essa mesma peça fundamental se, daqui a quatro anos, viver igual ou pior desaire do que aquele que o PS agora se vê obrigado a dar saltos de corça para tentar disfarçar.

Porque, como há anos ouvi a um ilustre Português que já nos deixou,
"a estrutura vence, sempre, a estratégia".

E, felizmente, assim o entenderam, também, os eleitores.

Desta vez, não vos trago imagens.
O vazio, não se pode ilustrar.




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