segunda-feira, 9 de julho de 2018


Insólito: EM CASA DE FERREIRO...


Bairro - outrora social - do Arco do Cego,
edificado na antiga Quinta das Cortes.

Ruas estreitas, edifícios de dois ou três pisos,
todos eles primorosamente conservados, pelo menos no exterior.

Todos ?   Nem todos...


eleições autárquicas lisboa

Ocupando a maior parte do quarteirão formado pelas ruas Nunes Claro, Ladislau Piçarra, Reis Gomes e Bacelar e Silva, encontra-se uma construção maior do que qualquer outra do Bairro, e num tal estado de evidente degradação que nos faz, à primeira vista, pensar tratar-se de um imóvel abandonado.

Além da tonalidade triste e desbotada da pintura exterior, em contraste flagrante com as cores vibrantes das restantes casas, as paredes exteriores do piso térreo, a toda a volta, estão miseravemente "descascadas".

eleições autárquicas
cml
Correspondendo ao convite, vieram os graffiti de qualidade abaixo de medíocre, e aqueles escritos a spray de tinta cujo significado apenas é acessível a alguns iluminados.

Uns e outros, apenas reforçam o aspeto de desalentado abandono a que tudo aquilo parece votado.
câmara municipal de Lisboa



Talvez para não destoar, o tempo tratou, também, de remover parte da pintura da madeira de portas pelas quais ninguém parece saír ou entrar;  e de janelas das quais algumas, meias abertas, são o único sinal de que alguém possa por ali andar.


Erguendo o olhar, são as fendas de toda a espécie, a humidade, a cor preta de marcas cujo significado não é possível ignorar.








Seja qual for o ângulo ou a fachada que se contemple, tudo aquilo transpira falta de caso, pobreza, negligência, desrespeito por quem por aquelas ruas passa e, sobretudo, por quem dentro daquele mausoléu possa trabalhar ou morar.




Neste ponto, já estarão, por certo, os meus caros leitores a perguntar-se como será possível permanecer, intocada, tamanha aberração num Bairro tão bem cuidado, sem que a distinta e exigentíssima Câmara Municipal de Lisboa se não apresse a intimar o proprietário de tão degradado edifícil para que trate de o mandar reabilitar;  ou, pelo menos, reparar.  Ou, no mínimo...  pintar.

Pois a resposta é de uma simplicidade surpreendente:  é que o proprietário é gente importante - pelo menos para a Câmara -,  não é pessoa que se possa intimar.



Muito pior:
o desleixado proprietário é a própria Câmara Municipal de Lisboa,
que ali tem boa parte do seu Arquivo a funcionar !




Tanto dinheiro gasto por essa Cidade fora a preparar eleições com obras de cosmética que, além de atrapalhar, cada vez mais, um trânsito já de si caótico, pouco de bom troxeram aos alfacinhas, e ninguém foi capaz de deitar a mão ao "cofre" que guarda um importante acervo documental que se estende por todo o período que vem desde o séc.XVII até, praticamente, aos nossos dias!


Francamente, que falta de...  tudo, enfim!








As janelas abertas mostram amontoados de livros, caixas e pastas que, a avaliar pelo estado geral do edifício, não deverão estar muito protegidos de infiltrações, de insetos rastejantes e do mais que possa contribuir para os deteriorar.





Não nos esqueçamos, também, de que, lá dentro, trabalham pessoas.  Pessoas que, seguramente, muito felizes não estarão com as condições que a distinta Edilidade lhes proporciona para laborar.

Nem, seguramente, com a tristeza que deve ser naquela ruína, dia após dia, ter de entrar.

E de ficar...





Com que "cara", com que legitimidade moral ainda ousa a distinta Câmara intimar para obras proprietários de edifícios porventura em condições não tão precárias, é coisa sobre a qual não deveremos deixar de nos questionar.

E de questionar quem, sobre estas coisas, tem o dever de legislar e de, mesmo em casa própria...  fiscalizar.


















Este local situa-se na área geográfica de intervenção da Junta de Freguesia do Areeiro


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Alguns Links:

Bairro do Arco do Cego (Wikipedia)

Arquivo Municipal de Lisboa - Arco do Cego (CML)

As Instalações do Arquivo Municipal do Arco do Cego (Rui Pedro Pereira)

quarta-feira, 6 de junho de 2018


Insólito: ESTRANHO LICENCIAMENTO




Na Avenida Magalhães Lima, ao Bairro do Arco do Cego,
ali perto do Liceu Filipa, existe um imóvel, o número 6,
pintado de maneira pelo menos original.



câmara municipal de Lisboa

Trata-se de um imóvel de rés-do-chão e dois andares.  Estes, encontram-se pintados de uma cor de rosa forte a toda a volta do prédio, o mesmo acontecendo com o lado Leste do piso térreo.

No entanto, o lado Oeste do mesmo piso, mantém a pintura anterior, de um tom rosa bastante mais leve, que prejudica bastante o efeito geral, mormente numa artéria em que os restantes edifícios se encontram recuperados e mostram uma pintura recente.



Parece claro que esta insólita situação se deverá, muito provavelmente, a uma disputa entre condóminos, quiçá por o proprietário do tal rés-do-chão ter valores de condomínimo em atraso ou ter-se recusado a participar, financeiramente, nas obras, e os restantes não terem estado pelos ajustes de pagar a parte dele.

No que lhe toca, e como se vê, parece nem se ralar com os vastos pingos de tinta que lhe escorreram pelas paredes abaixo, como as imagens documentam.

E, claro está, os altos designíos da nossa Câmara Municipal
não lhe deixam tempo para se ocupar de minudências destas.

cml
Ora, embora situações destas possam disso fazer-nos duvidar, parece-me que é, entre outras coisas, para evitar a ocorrência de disparates destes que existe a lei, e que existe a Autarquia a quem compete cumpri-lae fazê-la cumprir.

No entanto, das duas, uma: ou foi concedida uma original licença de obras contemplando, apenas a pintura de 5/6 da área da parede exterior;  ou, mais provavelmente, ninguém fiscalizou a obra, ainda não se tendo a Câmara apercebido, ao cabo de largos meses após o termo dos trabalhos, do estado em que aquilo ficou.


Ou, então...  mas não, é melhor não especular sobre outras causas que possa haver.

Entretanto...  vai ficar assim, senhores fiscais ?
Ou senhores vereadores ?

Ou 'isso não é connosco' ?

Este local situa-se na área geográfica de intervenção da Junta de Freguesia de Areeiro


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terça-feira, 5 de junho de 2018


ÁREA DE LAZER ?


Um breve apontamento à bacoquice ou à prosápia e falta de sentido do ridículo
de certos politiqueiros autárquicos,
ou à negligência daqueles que se lhes possam ter seguido.



No Bairro do Arco do Cego, bem junto ao Liceu Filipa e algures entre as ruas Caetano ALberto e Desidério Beça , existe um espaço com cerca de 7m² x 10m², em calçada de vidraço, 'equipado' com um simples banco de jardim.

Perante tão importante benefício para os Fregueses, alguém entendeu justo perpetuar a iniciativa mandando afixar uma minúscula mas bem visível plaquinha - ridícula e aposta numa parede bolorenta - que ostenta, orgulhosa, os seguintes dizeres:



ÁREA DE LAZER
CONSTRUÍDA PELA
JUNTA DE FREGUESIA

S.JOÃO DE DEUS
Janeiro de 2000

VELHAS VIAS, LDA


É verdade que desconheço, absolutamente, se alguma vez ali existiu mais do que um simples banquinho de jardim. 


Se não existiu, estamos perante uma ridícula manifestação de algo muito poucochinho, de uma necessidade de afirmação quase patológica que poderá ter, um dia, perpassado o espírito de alguém da extinta Junta.


Se existiu, teremos de nos perguntar o que terá levado a que, retirado esse hipotético equipamento, alguém haja decidido lá manter a ridícula plaquinha, já que, para todos os efeitos e para o passante desconhecedor do passado de tão 'importante' espaço, chamar, em letras bem gordas, 'área de lazer' a um banco de jardim será, porventura, uma das mais perfeitas e completas demonstrações de ridículo por parte dos poderes autárquicos que 'governam'  a nossa Cidade.







PS: Calhou-me passar, minutos depois, por um espaço idêntico existente entre as ruas Fernando Pedroso e Bernardo de Passos - do outro lado do Liceu -, no qual também podemos ver um banco de jardim como único 'equipamento'.  Mas este é, apenas, um trecho de calçada com um banco em cima, já que não teve honras de merecer uma plaquinha a perpetuar o bonito gesto de lá fixar o tal banco.  Qual será, então o critério ?


E como deve sentir-se injustiçado este banquinho, que não teve direito a qualquer distinção !...






Este local situa-se na área geográfica de intervenção da Junta de Freguesia de Areeiro 


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