segunda-feira, 27 de julho de 2015


AVENIDA DA REPÚBLICA (e transversais)


O Engenheiro Frederico Ressano Garcia, responsável pelo plano de expansão de Lisboa para Norte conhecido como "Avenidas Novas", deu o nome à antiga Avenida das Picoas.

A Avenida Ressano Garcia viria, no entanto, a ser rebatizada, em 6 de Outubro de 2010, como Avenida da República, designação que, desde então, mantém.

Subindo do Campo Grande em direção ao Saldanha, vemos, na esquina com a Avenida António de Serpa, o 91, prédio de habitação hoje decadente, onde, em tempos, existiu uma clínica e agora apenas funciona um estabelecimento comercial.



Tudo o mais está desabitado, com umas janelitas abertas a ver se a água dá conta do resto e, depois, se pode deitar abaixo em vez de ter de aproveitar a fachada, o que não será, claro está, tão rentável e obrigará a um projeto mais exigente.








Quase logo a seguir, o 95:  abandonado, também;  com umas janelas abertas, para ajudar à degradação.  E sabe-se lá o que irá pelo telhado, também...

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Continuando a subir, chegados ao Campo Pequeno, encontramos, à mão esquerda, o edifício onde, até há pouco tempo, se encontrava instalada uma das bibliotecas municipais de Lisboa.

Apesar de ocupado por uma entidade camarária, deixou-se chegar o seiscentista Palácio Galveias a um estado tal de degradação, que a biblioteca acabou por, em 2 de Março passado, ter de fechar as suas belas portas para obras de requalificação do edifício e, segundo diz o amachucado aviso agarrado ao portão, também para ampliação da biblioteca.

Diz o mesmo aviso que a reabertura está prevista para "Setembro de 2016".

Aqui fica, pois, uma imagem do belo, nobre e degradado palácio, para memória futura.  Da data prevista da reabertura, e do estado a que, apesar de "municipal", chegou.

Do lado direito de quem sobe a Avenida da República e numa breve incursão na Avenida de Berna, depara-se-nos o que resta do 8, devoluto há, pelo menos, uma dúzia de anos, rodeado de holofotes e de uma armação metálica, utilizados quando lá se vai arranjando quem ali faça um pouco de publicidade.
 



Quase em frente, o 3 e o 5 num estado lastimoso, e aparentando estar também desabitados.


Claro está que o 1 da Avenida de Berna se encontra totalmente renovado...  ou não se tivesse a novíssima Junta de Freguesia das Avenidas Novas para lá mudado de tenda e pucarinho.  Mas...


 ... voltando à Avenida da República, e logo pegado ao tal prédio da Junta, temos o que, há muito, resta da fachada do 75.


Através do tapume é possível ver as traseiras, com a chaminé de uma antiga padaria.

Ao que parece, há uns três ou quatro anos que está pronto para recuperar, apenas faltando investimento.

A ser assim, não poderá, mesmo, alguém - a Câmara, por exemplo - fazer alguma coisa para o captar?




Continuando em direção ao Saldanha, a transversal seguinte é a Avenida Barbosa du Bocage (não o Poeta, mas o seu primo José Vicente, eminente naturalista e zoólogo do séc.XIX, como a placa indica).

No 67 encontrei dois focos de interesse:  o edital 1824/UCT/DPC/2013 da Câmara, datado de 28 de Novembro de 2013, sob o tema "Intimação - Obras de Conservação / Despejo - Atribuição de nível de conservação".

Mas já lá vai ano e meio e, ao que parece, nada se passou....



No entanto, como já nem as campainhas funcionam, aquele que é, talvez, o único inquilino "legal" do prédio afixou na porta um aviso público que não resisto a reproduzir, com a devida vénia.

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Será caso para nos interrogarmos sobre a quantidade de inquilinos não legais que por lá poderá haver...






Ainda na Barbosa du Bocage, notoriamente desocupado vai caindo aos pedaços o 35 ---------->









De novo na Avenida da República, subindo um pouco, do lado direito, na esquina com a Elias Garcia, no 55 existia uma loja, que fechou.


Mas já quando a loja existia, o resto do edifício se encontrava desabitado, e num estado lastimoso.  E continua.
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Mas vejamos o que se passa na Avenida Elias Garcia.



Virando a esquina, o 69 a 75 estava assim quando ardeu, vai para quatro anos atrás.
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Hoje...  está muito melhor, pois então!
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Também o 132 aguarda o seu triste fim    --------->












O que resta do 112 a 118...
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... e o 106 a 110, para quem quiser conhecer ------------>





A Avenida Elias Garcia poderia, assim, candidatar-se ao título de "Transversal mais Degradada".

Dir-se-ia que, por aquelas bandas, o tempo parou...


De novo na Avenida da República, temos, do lado esquerdo, no 38, a degradada Casa Visconde de Valmor, Prémio Valmor de 1906 do arquiteto Ventura Terra, onde esteve, em tempos, instalado um luxuoso clube de empresários.

Há vários anos que se vai degradando, inexoravelmente.
Desocupado.  À venda.



Mesmo ao lado, o 40 não parece ter tido melhor sorte, a julgar pelo aspeto.


De vez em quando, vê-se abrir o portão e por lá passar alguém, mas o imóvel apresenta-se totalmente devoluto.


E caduco...



Aproveitemos para espreitar a Avenida Visconde de Valmor...

Entre o 49 e o 59, e graças à ruína dos edifícios que lá existiam, um moderno parque de estacionamento ad hoc, como tantos outros que na nossa Cidade existem com idênticas origens.
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Em frente, no 68, a qualidade e a frescura de mais um prédio inabitável.
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Mas, aqui, há um problema:  no piso térreo funciona um supermercado, e não deve ser fácil recuperar o imóvel sem parar o estabelecimento comercial, que não deve estar pelos ajustes.

O que fazer, então?   Deixá-lo como está, claro, até que algo aconteça que torne imprescindível uma intervenção.

Com a Câmara a ver...


Mais para Sul, o panorama melhora um pouco.




Mesmo assim, no 25 da Avenida Miguel Bombarda, o Edital 288/UITCentro/2014, de 13 de Fevereiro, fala de uma vistoria a realizar no dia 26 de Março seguinte - já lá vai mais de um ano -, por se ter detetado "indícios de insegurança e insalubridade".







Não sei se a vistoria foi, ou não, feita, tampouco o que dela terá resultado.

Mas sei que os tais "indícios de insegurança e insalubridade" estão bem patentes, ainda hoje, no 27 - que já nem edital tem à porta.

Ora vejam!

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Não são uns bem indiciados indícios?







É sabido que um verdadeiro alfacinha delira com tapumes.  E lá está um, há que tempos, entre o 161 e o 167, para nos fazer a vontade.

Esconde um terreno baldio, uma pequena árvore, um bocado de tapume que deve ter sobrado e... mais nada.



A transversal seguinte é a Avenida João Crisóstomo.


Nos tempos que antecederam a febre das "super-esquadras", funcionou, no 42, uma esquadra da PSP.

Hoje, até a antiga esquadra não escapou a ver, no que resta da sua pobre fachada, o editalzinho da ordem, neste caso o 114/UCT/DPC/2014, de 18 de Julho, sobre o assunto "Intimação para obras de demolição - Audiência Prévia".

Já lá vai um bom anito, também.  Quantos mais, ainda?


Aqui fica, então, a fachada do 42...  --------->





... e o que está por detrás da fachada do 42

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Ah, mas seria indelicado esquecer o 40, que está mesmo ali ao lado e bem merece, também, que se fale dele.
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Tal como, um pouco mais adiante, o 27.

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No 21 da Avenida da República, esperava-me uma verdadeira surpresa!

Não é que, ao que parece de fora, a Livraria Municipal funciona, também ela, num imóvel quase devoluto?


Vejam só!    Em casa de ferreiro...  ---------->








O 17 também já viu, por certo, melhores dias...

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Por fim,
tinha de haver um malfadado tapume,
até na jóia da coroa das Avenidas Novas,
a renovada Avenida Duque d'Ávila!

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Aqui fica, pois, a sugestão para um agradável passeio pela Avenida da República e suas transversais.
Avenida António de Serpa
Avenida Barbosa du Bocage
Avenida de Berna
Campo Pequeno (norte)
Campo Pequeno (sul)
Rua Cordeiro de Sousa
Rua Dr Eduardo Neves
Avenida Duque d'Ávila
Avenida Elias Garcia
Avenida João Crisóstomo
Rua José Carlos dos Santos
Avenida Júlio Dinis
Avenida Miguel Bombarda
Avenida da República
Rua Visconde de Seabra
Avenida Visconde de Valmor

sábado, 25 de julho de 2015


VOZ DO OPERÁRIO



Já foi "Centro de Formação".

Já foi abrigo de quem o não tinha.

Segundo moradores da zona, há décadas que se encontra devoluto, num estado miserável.

A Junta de Freguesia tê-lo-à mandado selar.

Parece que há coisa de um lustro, a Câmara que temos - e que parece não hesitar em, recorrentemente, deixar degradar fachadas e interiores até à impossibilidade de recuperação - aprovou a demolição para ali ser construído um moderno edifício.



Fica na Rua Alves Torgo, mesmo junto à Praça do Chile.

Até hoje... nada de recuperação.  Nem de demolição.  Nem de inovador mamarracho.

Apenas ruínas.  Mais uma emblemática ruína da nossa emblemática Cidade.






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Alguns Links:
Mais Outro à Vida
Degradação Preocupa Comerciantes de Arroios

terça-feira, 21 de julho de 2015


AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO


Portugal é um país de contrastes.
Lisboa, também.
Vai para três anos, era este o estado dos edifícios ainda existentes no gaveto da Avenida Fontes Pereira de Melo com a Avenida 5 de Outubro.

Por alguma razão que vamos assumir como inteiramente legítima, deixou-se que as fachadas há décadas degradadas acabassem por se tornar irrecuperáveis, tendo sido demolidas há pouco tempo.

Eliminou-se, assim, o contraste, tendo nascido mais um belo baldio no terreno onde outrora se erguia o Edifício Compave.
E agora?  O que vai acontecer aqui?
Bem, agora, vai construir-se o EDIFÍCIO FPM 41, promovido pela EDIFÍCIO 41 - Promoção Imobiliária e Hotelaria, S. A. e a edificar pelo consórcio MOTA-ENGIL/CASAIS, estando a conclusão da obra prevista para 12.07.2015 e, para a mesma data, a retirada do tapume.

Ora bem:  hoje são 21.07.2015 e...  A OBRA NEM COMEÇADA ESTÁ!

Não deixa de ser curioso que o número do processo seja o 3318/OTR/2015:  ou o edifício não ia passar de uma casinha muito pequenina ou... como iriam construí-lo em menos de um ano?

Estranho, não é?...

Já agora:  desde quando é que um prazo é definido... por uma data, e não por um período de tempo?

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Descendo um pouco a Avenida, deparamos, do lado esquerdo, com os famosos graffiti premiados de Lisboa, utilizados, provavelmente pela Câmara, para, supostamente, tapar o Sol com a peneira.
Mas o Sol é, neste caso, o incrível, o degradante, o inaceitável espetáculo de um trio de edifícios arruinados e devolutos que - há que anos! - ornamenta uma das mais movimentadas artérias do centro de negócios da Capital, onde hotéis para executivos de passagem nascem como cogumelos, assim transformando a Fontes Pereira de Melo num dos principais cartões de visita de Lisboa.

E que cartão de visita!

Vistos de cima, são, simplesmente, ridículos!

Depois, qualquer um vê que aquilo não passa de uma tentativa tosca de, à boa maneira portuguesa, disfarçar o indisfarçável.

E basta contornar a esquina para nos deslumbrarmos com o que está por detrás!
Aqueles que, lá de fora, há anos ou décadas demandam Lisboa para realizar os seus negócios, e passam, regularmente, por aqui sabem bem para que servem os premiados graffiti.

Sabem, também, o que revela a tentativa de esconder...  aquilo que lhes está por detrás.

Porque já não é possível disfarçar!

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Um pouco mais abaixo na Avenida, do lado direito, atrás do gradeamento que ainda lá está,
existiu uma antiga moradia familiar, entretanto - e por uma razão seguramente legítima -
 deixada degradar a ponto de ter de ser demolida.
Hoje, vários anos após a moradia ter sido desocupada... mais um baldio no centro alfacinha.
Quousque tandem?




Por fim:  o que escondem aquelas plantas entre os dois modernos edifícios?
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Um baldio!
What else?




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Alguns Links:
O Futuro Próximo em Picoas
Torre Mais Alta do Centro de Lisboa Projectada para Picoas

quarta-feira, 15 de julho de 2015


FEIRA POPULAR



Deixando Entrecampos em direção ao Saldanha, salta logo à vista, do lado direito, o imenso baldio deixado pela saudosa Feira Popular de Lisboa quando da "santanada" que, em 2003, a arrasou.

Ao que parece, a Feira Popular, quando ainda o era, incomodava os promotores imobiliários que pretendiam recuperar os imóveis circundantes - para a hotelaria, por exemplo.

Ao que parece, também, para o conseguir apenas tiveram de convencer a Câmara a sacrificar um dos espaços de diversão preferidos de milhares de alfacinhas.

Mas o que dirão, agora, esses hoteleiros e promotores - e os hóspedes do tal hotel - da beleza do panorama proporcionado pelo baldio ali mesmo em frente?
câmara municipal de Lisboa
É que, ao fim de quase DOZE ANOS, o terreno - que, segundo o PÚBLICO, vale 100 milhões de euros - continua abandonado, ao que parece devido a um litígio que, mesmo com a sua proverbial competência, a Câmara Municipal de Lisboa não consegue resolver.

Há uns anos, ainda alguns restaurantes mais resistentes por lá andavam, ou o terreno era esporadicamente utilizado para circos, como a imagem documenta - sem nunca essas esporádicas "reaberturas" conseguirem, claro está, disfarçar o aspeto geral de abandono, de desolação do outrora tão animado espaço.
CML
Agora, porém, o vazio é total, apenas pontificando o esqueleto do saudoso Teatro Vasco Santana, que nem se deram ao trabalho de demolir, quanto mais não fosse por uma questão de pudor.  Uma vergonha!
Fernando Medina

Pedro Santana Lopes

Aqui e ali, plantas selvagens crescem nas paredes das ruínas do que foram, em tempos, animados restaurantes e espaços de diversão.

Vasco Santana







Do lado de fora, imensos painéis e tapumes aguardam os graffiti, ou a publicidade pela qual, não sei quem, ainda vai faturando uns tostões.



E, HÁ DOZE ANOS DE INÉRCIA EXEMPLAR , lá se foi a Feira Popular,
da qual as mais jovens gerações nem terão chegado a ouvir falar.



Solução, para quando?

In due course. At the appropriate juncture.
In the fullness of time. When the moment is ripe.

"Yes, Minister" - "Hacker"



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