domingo, 18 de setembro de 2016


BALNEÁRIO MUNICIPAL



Rua Gualdim Pais, freguesia da Penha de França.

À mão direita de quem vai em direção ao rio Tejo, as ruínas do que terá sido, em tempos há muito idos, um balneário público.

Eleições Autárquicas Lisboa
Encerrado há muitos, muitos anos, a velha carcaça por ali ficou, desaproveitada, abandonada.
Eleições Autárquicas
Bem, até poderia dizer-se que foi esquecimento - a gente esquece-se de tanta coisa, nesta nossa cidade...

Mas não, esquecimento, não pode ter sido, já que todos os dias trabalham, no terreno anexo, funcionários da Câmara Municipal de Lisboa, que ali mantém um seu estaleiro, - adjacente, aliás, a um baldio, no qual talvez ninguém da Câmara tenha, ainda, reparado...

Temos, assim, um belo conjunto, no extremo Leste da freguesia da Penha de França:  ruínas de um balneário municipal, e baldio, ambos no perímetro de um estaleiro, também municipal.
CML


Câmara Municipal de LisboaDo outro lado da rua Gualdim Pais ( já na freguesia do Beato ), um antigo mercado municipal, que, ao que apurei no local, ultimamente costumava servir para guardar sinais de trânsito.


Hoje encontra-se, quase todo ele, abandonado, entaipado, embora por lá decorram uns trabalhos; mas não encontrei placa descritiva nem alguém que soubesse dizer-me a que se destinam.



Parece, no entanto, ter este edifício sido, no seu tempo, o centro de alguma atividade, já que nele terá, até, funcionado um restaurante, hoje entaipado como tudo o resto ----->



O balneário municipal, mudou, entretanto, de freguesia, o que é o mesmo que dizer que mudou de lado da rua:  foi transferido para esta parte do edifício ou de um seu anexo, no qual funciona, também, um lavadouro, no que parece ser a única e pequena parte do imóvel ainda com algum préstimo.





- x -

Como remate desta história, olhemos para o que se passa bem junto à linha do comboio, numa zona próxima do edifício "novo":  o esqueleto arruinado de uma velha fábrica de rações, há muito desativada e que por ali vai apodrecendo nas barbas da Junta de Freguesia do Beato, sem que alguém lhe deite a mão.



Para que não passe por mais um esquecimento - já que, para quem passa na rua, se encontra algo escondida pelos edifícios circundantes -, aqui fica, bem exposta, em toda a miséria da sua presente condição.


Um balneário municipal que mudou de freguesia, e uma zona de aspeto desolador,
na qual ninguém parece querer reparar.

Será assim tão complicado requalificar a área?


Desentendimento entre freguesias limítrofes ?


Ou existirá algum inultrapassável impedimento que inviabilize uma solução?



Estes locais situam-se na área geográfica de intervenção da:
  • Junta de Freguesia do Beato
  • Junta de Freguesia da Penha de França



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quarta-feira, 14 de setembro de 2016


BAIRRO DOMINGOS HENRIQUES JÚNIOR



Eleições Autárquicas

Domingos Henriques Júnior foi um importante industrial do séc.XIX, fundador da Fábrica de Faiança das Caldas da Rainha.

Embora não tenha encontrado grande material biográfico, penso que terá, também, estado ligado à indústria vitivinícola, já que, em resposta a um inquérito da autoria de uma representação das fábricas de destilação da Ilha de São Miguel, respondia "aguardente de vinho não comprei n'este anno, porque tinha a caldeira a trabalhar, mas se a memoria não me falha o preço foi de (...)"

Eleições Autárquicas Lisboa

Edificado na década de 80 do mesmo século, nos terrenos das antigas quintas das Conchas e do Perdigão - hoje Rua Pereira Henriques - com o fim de alojar os trabalhadores da fábrica de Domingos Henriques Júnior, uma vez encerrada a fábrica passou o "Bairro" a funcionar, até há bem pouco tempo, como armazém de vinhos.

Hoje em dia, segundo me disseram na zona, "quem toma conta é um senhor ucraniano que mora ali no segundo andar e tem isto como oficina".  A julgar pelo aspeto...


Outrora imponente, o edifício principal encontra-se, hoje, completamente esventrado.
CML

Câmara Municipal de Lisboa


Também na fachada, com os seus orgulhosos arcos de volta perfeita, é bem evidente o avançado estado de degradação.

Mas este é, apenas, o edifício principal, o mais conhecido.

Dobrando a esquina, nos edifícios menores o panorama não é mais animador.














Mesmo em frente, do outro lado da linha do comboio, também uma verdadeira miséria.

Lembro-me, vagamente, de existir um instituto legal chamado " posse administrativa ",
mediante o qual a Câmara Municipal de Lisboa pode substituir-se na realização de obras
aos proprietários que deixam os seus imóveis chegar a estas condições...


Ou será que estas zonas hiper-degradadas do
"Formoso Sítio de Marvila" foram excecionadas na legislação ?



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sábado, 10 de setembro de 2016


PALÁCIO DO PATRIARCADO


Eleições Autárquicas Lisboa
Palácio barroco do séc.XVIII, atribuído a João Frederico Ludovice e Mateus Vicente.

Fica situado no Campo dos Mártires da Pátria (ou Campo de Santana) n.ºs 44 a 46,
próximo do Instituto Goethe e da Embaixada da República Federal da Alemanha,
dando a fachada tardoz para a Rua de Santo António dos Capuchos 90 a 92.



Tendo sido adquirido, na década de 20 do séc.XX, pelo Patriarcado de Lisboa - que nele se instalou -, ali se hospedou o papa João Paulo II quando da sua visita a Lisboa em 1982.

Eleições Autárquicas

Por se encontrar encerrado, do interior apenas consegui, durante algum tempo, obter, fotografando do exterior, imagens do piso térreo, que mostram bem que o nobre Palácio se encontra abandonado, devoluto.


CML



O estado de abandono é, aliás, bem visível na entrada das traseiras, e pelo estado do "jardim", que em tempos há-de ter sido bem cuidado, mas agora...


Ontem, porém, o Palácio abriu, parcialmente, as suas portas, no âmbito do evento maior da rentrée do Regime... Municipal:  o Festival TODOS !


Todo engalanado por fora, exibia, no interior, uma exposição de fotografia aberta ao público, o que me permitiu visitar o edifício e obter algumas imagens que convosco partilho...  ad perpetuam rei memoriam, não vá alguém "distrair-se" e eliminar alguma coisinha a mais quando acabarem por fazer as desejadas obras.


Não deixa, diga-se de passagem, de parecer estranha esta aparente falta de pudor com que a Edilidade exibe as misérias do património da Cidade, como se outros espaços não houvesse onde promover estas coisas com que faz alarde da sua supostamente intensa atividade;  como é o caso deste palácio, e do Hospital Miguel Bombarda, de que já AQUI falei, entre outros.



É verdade que, em ambos os casos, não se trata - por enquanto... - de edifícios muito degradados;  mas não deixam de ser estruturas desaproveitadas, com história, que urge conservar, seja qualquer for o processo encontrado para as financiar.  Hotéis, provavelmente;  pelo menos, para já, até que Lisboa passe de moda e todos aqueles que, nos últimos anos, vêm emergendo do solo como cogumelos comecem, por falta de clientes, a encerrar.

Câmara Municipal de Lisboa
Seja como for, as imagens revelam que, pelo menos a parte que me foi permitido visitar, se encontra - tirando o indisfarçável cheiro a humidade - em razoáveis condições de conservação.


A cobertura apresenta-se, por sua vez, ainda em bom estado, sendo de presumir que, a breve trecho, não ocorrerá uma deterioração irrecuperável dos elementos decorativos, mesmo nos pisos superiores.




Triste, triste é, no entanto, o estado da fachada principal  Se ninguém lhe deita, depressa, a mão...

Parece que, pelo menos desde o início da corrente década, existe um projeto para a conversão do palácio em hotel - que incluiria os edifícios adjacentes, também muito degradados - mantendo o essencial do interior.

Tudo parece, no entanto, continuar parado, em mais uma manifestação do municipal marasmo em que a Cidade parece ter caído, à parte algumas mais ou menos polémicas operações de cosmética no campo rodoviário.


Quando começará a nossa Edilidade a cuidar do que, para a nossa identidade,
é estrutural, histórico, essencial ?



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Alguns Links:
Palácio do Patriarcado (SIPA)
Edifício Campo Santana

quarta-feira, 7 de setembro de 2016


ESCOLA SECUNDÁRIA AFONSO DOMINGUES



"Informa-se a população e entidades que a Escola Secundária de Afonso Domingues foi extinta em 31/08/2010, pelo Senhor Secretário de Estado da Educação".

Assim se podia ler ainda hoje, 07 de Setembro de 2016, no sítio da Junta de Freguesia de Marvila.

Falo-vos, aqui, de um bem conhecido monumento ao desperdício,
ao imediatismo, à falta de planeamento,
à gestão básica e por impulsos que vem, de há muito, caracterizando o Estado Português.
Eleições Autárquicas Lisboa
Na Rua Miguel de Oliveira, em frente ao Bairro da Madre de Deus, na extrema Oeste do que em tempos terá sido a Quinta dos Alfinetes e pontificando sobre o que me parece um mais do que discutível aglomerado de hortas clandestinas onde se cultiva sabe-se lá o quê, ergue-se - ainda - o que resta do esqueleto violentado e esvaziado do que foi a Escola Secundária Afonso Domingues.

Remontando a finais do séc.XIX a fundação da Escola - originariamente escola industrial -, para aqui se mudou esta em 1956.  Dada a sua inserção numa zona menos favorecida da Cidade, não era, nos últimos tempos, escola particularmente prestigiada ou procurada pelas elites;  o que, a fazer fé no depoimento de antigos alunos, não impedia que nela lecionassem bons mestres.

Eleições Autárquicas

Para aqueles que a frequentaram, terá sido, de alguma forma, uma escola de tradições, de relacionamentos, de conhecimentos, de educação e de formação de muitas famílias, ao longo de sucessivas gerações.

Compreende-se, assim, que olhar, hoje em dia, para o estado em que se encontra o "caco" que para ali ficou comova o coração do antigo aluno mais empedernido.

E porquê ?

Porque, nos idos de 2009, o Ministério da Educação concluiu que o vetusto edifício necessitava de obras urgentes de requalificação.  E mandou fazê-las.  E muito bem.

CMLEis senão quando cai como uma bomba a decisão de avançar, a todo o vapor, com a construção da linha em que, a loucas velocidades, iria circular o famigerado TGV - para alguns a solução ideal, juntamente com o também utópico Aeroporto da OTA, para conter o desemprego que, inequivocamente, então se fazia anunciar.

Ora, essa decisão bombástica - e que, como tantas outras, apenas serviu para vender notícias, já que nunca passaria do papel - explodiu, nem mais nem menos, do que em cima da Escola Secundária Afonso Domingues, como bem mostram as imagens que hoje vos trago.

De facto, para não atrasar as obras ferroviárias, a Escola seria, definitivamente, encerrada no ano imediato à conclusão das obras de requalificação, assim transformando esta num mero esportular de dinheiros públicos, tanto mais grave se for verdade que já há mais de uma década que era praticamente dado como certo que o traçado do TGV acabaria por passar por ali.

A ser assim, a quem terá aproveitado a obra de requalificação?

Não será coisa de, em sede criminal, averiguar?  Ou, convenientemente, já será tarde demais?

Em frente da Escola, o panorama não surpreende, já que encontramos disto um pouco por toda a freguesia de Marvila:  barracas, com as suas hortinhas de variadas culturas - talvez nem todas elas muito ortodoxas -, exploradas por quem por ali se vai ajeitando como pode, e escondidas de quem passa na rua por uma decrépita vedação
Câmara Municipal de Lisboa

Do lado do Tejo... baldios, desolação.
Em lugar de a Câmara Municipal se empenhar tanto em "investir" em obras de utilidade discutível no seu dileto Eixo Central, não seria de dedicar uma pequena parte do IMI a fazer, em Marvila, mais alguma "requalificação"?


Quanto ao velho edifício, para ali ficou, vandalizado, humilhado, desaproveitado:  primeiro, porque ia ser demolido para o comboio por ali poder passar;  depois, porque, o que dele restava, ia custar, uma vez mais, muito dinheiro público a... "requalificar".



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Alguns Links:
Escola Secundária de Afonso Domingues (Junta de Freguesia de Marvila)
A Escola em Marvila que Fechou por Causa do TGV (NIT)
A Escola Industrial Afonso Domingues, a escola da minha vida... em ruína... toda partida...
Escola Afonso Domingues a Saque (RTP)
Escola onde Ia Passar a Terceira Ponte sobre o Tejo Continua ao Abandono (Público)
A Escola Secundária Afonso Domingues é o espelho da anedota que é Portugal
Escola Secundária Afonso Domingues(Wikipedia)
Escola Industrial Afonso Domingues (Restos de Colecção)


terça-feira, 6 de setembro de 2016


RESTAURANTE 'PALMEIRA'


in memoriam


Li, em finais de Dezembro de 2015, que o "Palmeira" iria fechar nesse dia.

Li, também, que "tínhamos de entregar o espaço na primeira semana de janeiro e, como vamos fechar para o Natal, não fazia sentido voltar a abrir", pensei que seria interessante registar o estado do imóvel no fim desse último dia do "Palmeira" e compará-la, tempos mais tarde, com a evolução das obras que, com tanta urgência, apressaram o fim de um restaurante que, gostando mais um e nem tanto outros, certo é que era um ex libris gastronómico da nossa Cidade.

Situado na Rua do Crucifixo, em plena Baixa, desde que, há várias décadas, iniciou a sua atividade, era conhecido pela confecção de pratos variados de bacalhau, sobretudo os pastéis, entre outros petiscos.  Frequentaram-no, assiduamente, diversas figuras públicas,

Sobre a história do "Palmeira" e sobre os seus últimos momentos, encontrarão os Leitores farta informação nos diversos links que incluo no fim do artigo.

Mas vale a pena referir que tinha clientela certa, era, por aquelas bandas, universalmente conhecido e estava sempre cheio.

O intenso cheiro a fritos era, também, uma presença constante, a ponto de se tornar incómodo a quem por eles não tenha especial predileção.
Diga-se, em abono da verdade, que o edifício o último dos sobreviventes do incêndio do Chiado ainda não intervencionado - vá-se lá saber porquê... -, era, inquestionavelmente, uma miséria de Lisboa, a necessitar de urgente reabilitação... ou demolição.


Concentremo-nos, então, nas imagens;  nas de há oito meses... e nas de agora.

Dia de Natal de 2015
03 de Setembro de 2016

câmara municipal de Lisboa
CML
Fernando Medina
Umas tiradas ao lusco-fusco, outras através do vidro, mas, mesmo assim, revelam, de forma bem eloquente, a inutilidade da imposição de entrega do espaço "na primeira semana de janeiro" aos novos proprietários, assim privando, prematuramente, do seu poiso habitual na Baixa Lisboeta os amantes dos pastéis de bacalhau, rissóis de camarão, caracóis, e não só...

Advogados, atores, estudantes de Belas Artes, governantes,
todos viram, impotentes, ao fechar das portas.

No entanto, à boa moda alfacinha, e seguindo os tristes passos da Feira Popular, a pressa é, sempre, em fechar, em eliminar.  Depois...  depois fica como está, até ver.

Mesmo numa das "lojas de carácter e tradição"!
Quousque tandem ?

Disse o Poeta que "tudo vale a pena, se a alma não é pequena";
mas... olhem para as imagens, e digam lá:


toda esta pressa em fechar a Feira Popular, o Palmeira, valeu a pena ?

Certamente não...



Este local situa-se na área geográfica de intervenção da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.


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NUNES CORRÊA

Insólito: UTILIDADE PÚBLICA

IGREJA DE SÃO DOMINGOS



Alguns Links:
Tascas:  Palmeira Fecha ao Fim de 60 Anos (Dinheiro Vivo)
Hoje É o Último Dia para Almoçar n'"A Palmeira" (New in Town)
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