Nota importante:
sobre a identificação do edifício,
leia, por favor, os comentários no fim do artigo.
Quem percorre a Avenida de Ceuta, em direção ao Rio, não pode deixar de reparar, ao chegar a Alcântara, num decrépito edifício mesmo atrás das bombas de combustível, junto ao Edifício Urbiceuta - o mais alto da zona, hoje ocupado por uma escola superior e, em tempos, por uma emissora de radiodifusão.
Segundo pude apurar na vizinhança, a instalação fabril encerrou a atividade há várias décadas, tendo, mais tarde, sido substituída por oficinas de uma empresa de aluguer de automóveis, esta encerrada há já perto de 20 anos.
A este encerramento definitivo do edifício, sucederam-se dois incêndios - supostamente por fogo posto -, em zonas distintas do imóvel, e que terão redundado no abatimento dos vigamentos do telhado de pelo menos um dos blocos.
Na Internet, encontrei textos sobre diversas fábricas de pólvora; mas nenhum sobre este caco que, em Lisboa, para ali ficou.
Foi, em tempos, frequentado por toxicodependentes, encontrando-se, atualmente, selado a fim de evitar que tal volte a acontecer.
Pejada de miseráveis barracas, uma "avenida" em rampa sobe paralela à Rua da Fábrica da Pólvora e o viaduto do caminho de ferro.
Embora não tenha podido aceder ao interior, o calor tórrido da tarde em que por lá passei trouxe-me às narinas um odor fétido e pútrido, provavelmente dos dejetos dos canídeos e galináceos que se manifestavam no interior; potenciado pela elevada temperatura atmosférica, emanava, de outras zonas do interior do imóvel, um insuportável cheiro a lixo.
Não é só uma miséria de Lisboa: parece-me ser, já, um caso de saúde pública, tal é o fedor e tamanha a porcaria que por lá anda.
Todo o edifício está num estado lastimoso, parcialmente ruído, apenas ficando por entender por que tarda uma ação decisiva por parte da Edilidade no sentido de por cobro a tão triste evidência do que mais não parece ser do que outra demonstração de camarário desleixo.
No entanto, uma parte da antiga fábrica parece estar habitada, já que, de frente para a fachada principal, se pode ver o que parecem ser plantas cultivadas; e alguém há-de estar a alimentar os cães e galinhas que por ali se fazem ouvir.
Mais um exemplo de paralisia, de inércia ao longo de várias décadas, ao que parece sem a mais pequena vergonha pelo deplorável aspeto das ruínas que, quem quer que passe pela movimentada Avenida de Ceuta, não poderá deixar de ver.
No entanto, uma parte da antiga fábrica parece estar habitada, já que, de frente para a fachada principal, se pode ver o que parecem ser plantas cultivadas; e alguém há-de estar a alimentar os cães e galinhas que por ali se fazem ouvir.
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Erro crasso é afirmar-se tratar-se da antiga Fábrica da Pólvora. Esta foi completamente demolida em 1939 e na época há muito que estava inactiva. Ficava mais a sul, defronte ao Pátio do Cabrinha.
ResponderEliminarObrigado por partilhar esta importante informação.
ResponderEliminarDevo, não obstante, referir que, por não ter encontrado documentação sobre o imóvel - o que, aliás, claramente refiro no texto - procedi, quando da captação das imagens, a diversas indagações no local, tendo os moradores menos jovens que contactei sido unânimes em identificar o velho edifício como sendo uma antiga fabrica de pólvora, como a que terá dado o nome à rua.
Terá, assim, também a este edifício, sido, numa época posterior, dada essa utilização ?
Não posso, claro está, excluir a possibilidade de haver, de facto, sido induzido num erro de identificação; mas penso, também, que quem deteta um erro crasso poderá fundamentar, com autoridade, essa sua retificação. Posso, pois, pedir-lhe o favor de indicar referências ou fontes documentais disponíveis, sobre a antiga fábrica de que fala - outrora existente em frente ao Pátio do Cabrinha -, que ilustrem, designadamente, a sua localização precisa e contem, também, algo do seu passado ? E, se possível, algum esclarecimento sobre as origens e as sucessivas utilizações que, nesse caso, terão sido dadas ao edifício que fotografei ?
Muito obrigado, uma vez mais pelo seu contributo.
Aquando da abertura das fundações do prédio, foram descobertas várias mós em pedra e deduziu-se que tinham pertencido a um grande moinho movido a água da ribeira de Alcântara e que tera funcionado no edifício entretanto ocupado pela TUPI.
ResponderEliminarMuito obrigado pela sua contribuição.
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