Avenida Magalhães Lima
Casario maioritariamente de um ou dois andares, baixa densidade populacional,
no Bairro do Arco do Cego, junto à Escola Secundária de Dona Filipa de Lencastre.
no Bairro do Arco do Cego, junto à Escola Secundária de Dona Filipa de Lencastre.
As pessoas que para lá foram morar tiveram, durante largos anos, onde parar o seu automóvel, no parque em espinha adjacente aos passeios, de um e do outro lado da rua.
Até que... algum iluminado daqueles que têm um pó aos automóveis que nem os podem ver - exceto ao carrinho deles, evidentemente, que comodamente estacionam em lugar privativo da vivenda ou do moderno edifício com garagens - entendeu por bem reduzir drasticamente a quantidade de lugares de estacionamento disponíveis, eliminando o parque em espinha e substituindo-o por um parque longitudinal.
Fê-lo, porém, no pressuposto de que a medida - naturalmente lesiva do direito dos residentes ao estacionamento - seria passivamente aceite, sujeitando-se os munícipes, como, perante tão importantes e municipais desígnios, não poderia deixar de acontecer.
De tão segura que estava a nossa Edilidade da cega obediência que lhe é devida, nem se deu ao trabalho de eliminar a faixa adjacente ao passeio, na qual estiveram, em tempos, desenhados os lugares em espinha; e, como ia ficar para sempre assim, nem mandou pintar os lugares: marcaram-nos em sólida pedra branca !
É claro que só podia dar asneira: enquanto alguns - muito poucos - lá iam estacionando nos limites das novas marcas longitudinais, outros, desesperados por um lugar, continuaram a para o carro no mesmo sítio que antes
Agora, imaginem a confusão dos fiscais da EMEL, e o desespero de quem quantas vezes não terá, estacionando em espinha, ficado quase bloqueado pelos automobilistas "cumpridores".
Mas então, qual a solução ?
Bem, como aquilo era uma vergonha e não podia ficar assim, ao fim de muito tempo a sorte parece ter acabado por vir de um daqueles projetos muito bem publicitados, em que se evidencia muito os valores e os prazos de execução, mas... se omite, convenientemente, o dia em que eles começam a contar, não vá alguém lembrar-se de se por a fazer contas que não convém fazer...
Toca, então, de arranjar umas quantas pedrinhas cinzentas...
... pegar na serra circular e rebentar com as pedras brancas, a ver se a gente se esquecia de que alguma vez lá tinham estado; é que estas inutilidades custam dinheiro aos munícipes, não é verdade?
Depois, foi tirar o pó que ficou, lavar aquilo tudo e... pintar, novamente, o parque em espinha, como não podia deixar de ser.
Agora digam lá:
- não lembra tudo isto a história do estacionamento que, no chamado Eixo Central, ia ser ser sacrificado em favor de duas ciclovias que meia dúzia de gatos pingados iria utilizar?
- e não poderia ter tudo isto sido evitado, não fora a arrogância prepotente de uns quantos líricos que parecem ter perdido todo o contacto com a realidade do quotidiano da nossa Cidade ?
- quem irá responder pela asneira? Alguém? Ou "ah, foi sem querer!...! Desculpem lá!"
Dá que pensar...
(imagens obtidas entre 19.05.2016 e 09.09.2016)
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