quinta-feira, 3 de setembro de 2015


LICEU RAINHA DONA AMÉLIA



Palacete da Ribeira Grande já albergou o Colégio Arriaga nos anos vinte e trinta do século XX, entre 1939 e 1949, o Liceu Dom João de Castro e, por fim, o Liceu Rainha Dona Amélia.

Confronta com a Rua da Junqueira e com a Travessa do Conde da Ribeira Grande.

Encontra-se devoluto há mais de uma década, hoje em avançado estado de degradação.

câmara municipal de Lisboa
O edifício barroco foi mandado edificar em princípios do séc.XVIII pelo 2º Marquês de Nisa, Dom Francisco Luiz Balthazar António da Gama (1636-1707), general de cavalaria, governador e capitão-general do Algarve, conselheiro de Estado de Dom Pedro II e de Dom João V *) .

Tê-lo-á mandado ampliar o 8º Conde e 1º Marquês da Ribeira Grande, Dom Francisco de Salles Maria José António de Paula Vicente Gonçalves Zarco da Câmara (1819-1872), par do reino e alferes-mór do reino e do castelo de São Brás, em Ponta Delgada *) .


A sua utilização como estabelecimento de ensino obrigou a algumas alterações estruturais, conservando ainda fachada principal e a capela dedicada a Nossa Senhora do Carmo.

Houve, em tempos, uma proposta de classificação, mas, hoje, a situação é "Procedimento caducado - sem protecção legal" devido a "não ter valor nacional".
CML

Hoje, resta do exterior o que as imagens documentam:  degradado, caduco, muitas janelas e portas seladas com tijolo, incluindo as da capela.

Fechado que está o edifício a cadeado, do interior apenas consegui vislumbrar algo da entrada principal e da zona da capela - esta, à direita, talvez exemplificativa de parte daquilo que demais se iria encontrar.

Fernando Medina

No entanto, se já quando o Liceu ali funcionava algumas zonas do edifício estavam, por razões de segurança, interditas aos alunos, imagine-se, mais de uma década decorrida, as condições em que hoje as iríamos encontrar....


Parece que existe, há anos, um projeto para transformação do edifício escolar num hotel de luxo e museu.   Mas...  em Lisboa, projetos há tantos, não é verdade?



Com a quantidade de hotéis que, a cada mês que passa, parece brotar em Lisboa, o que faltará para o concretizar?

You see, it's what they call "creative inertia" 
"Yes, Minister" - "Tom Sargent"

Então e o museu, de que vai ser?  Já alguém se lembrou de pensar nisso?  Dizer que é de "arte contemporânea", parece um pouco vago.  Até porque já existe.

Assim, até dá ideia de que se lá vai pôr o espaço, e logo se vê, depois, o que lá se vai apresentar.
Quem quiser conhecer o antigo Liceu Rainha Dona Amélia nos seus tempos áureos, não deixe de ler o testemunho emocionado de uma antiga Aluna, no primeiro dos links que abaixo recomendo.

Mas, enfim:  a nossa história está contada.

Por estas imagens, se vê no que aqueles projetos irão, talvez, acabar...

Deixo-vos algumas imagens atuais do exterior, por certo bem diferentes daquelas de que os antigos alunos e professores das diversas Escolas que passaram pelo Palácio para sempre irão recordar.



















*) Dados biográficos extraídos de "PORTUGAL - Diccionario Historico, Chorographico, Biographico, Bibliotraphico, Heraldico, Numismatico e Artistico" - Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues - João Romano Torres & Cª Editores - Lisboa 1912







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Aqui perto, veja também:
ANTIGA FIL  *  PALÁCIO DAS ÁGUIAS



Alguns Links:

O Liceu Rainha D.Amélia & o Palácio dos Condes da Ribeira Grande

Palacete da Ribeira Grande (DGPC)

O Palácio dos Condes da Ribeira Grande, na Junqueira. Análise do Conjunto Edificado

Palacete da Ribeira Grande / Escola Secundária Rainha D. Amélia

Hotel Museu Palácio Condes da Ribeira Grande

10 comentários:

  1. Nunca teve "profundas alterações estruturais".

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  2. Respostas
    1. É, de facto, triste, o mesmo acontecendo com largas dezenas de espaços em Lisboa, cujo estado de abandono motivou a criação do blogue.
      Obrigado pelo seu comentário, bem como pelas sugestões que queira apresentar quanto a novos locais a visitar, ideias essas que são a matéria prima do "Misérias de Lisboa".

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  3. Um País que assim trata o seu melhor património,não é digno ,sequer, de existir.

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  4. Conhecendo por dentro a escola em 1976, quando eu estudava na escola industrial Marquês de Pombal. Já se encontrava em mau estado. Estou de acordo que todo o patrimonio devia ser restaurado. Mas pergunto há dinheiro para o recuperar? Há alguma fonte de receita para pagar as obras depois? Como este palacio temos muitos mais na junqueira do mesmo modo. O autor do Blog tem conhecimento da restauracao de monumentos. Nem a noçao do que é viável. A DGEMN já extinta não viu viabilidade na sua reconstrução. temos 3 978 - bens imóveis
    806 - Monumentos Nacionais
    2 652 - bens imóveis de Interesse Público
    520 - bens imóveis de Interesse Municipal
    15 - classificações de Património Mundial inscritas na lista da UNESCO.
    Não há dinheiro para os manter quanto mais para os reconstruir.

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  5. Após ser Liceu D. João de Castro, foi Liceu Rainha Dona Leonor tendo este sido transferido (o nome) para Alvalade passando a chamar-se Liceu Rainha Dona Amélia...

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  6. Venho adicionar o meu esclarecimento porque andei 7 anos na Junqueira no Liceu Raínha D. Leonor antes de ser D. Amélia e já nesse tempo havia avisos nos corredores para não se correr tal era a degradação.
    Fiquei muito indignada quando vim a saber que iria outra escola para ali de onde o D. João de Castro já tinha saído devido às más condições. Alguém me sabe dizer se há alguma associação das antigas alunas do D.Leonor, dessa época? Obrigada

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  7. https://www.timeout.pt/lisboa/pt/coisas-para-fazer/lisboa-do-futuro-os-50-projectos-que-vao-mudar-a-cidade

    Museu-Hotel Palácio Condes da Ribeira Grande

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