Misérias de Lisboa: METRO AREEIRO

Na Praça Francisco Sá Carneiro, mesmo à porta da residência particular do atual Primeiro-Ministro - até há bem pouco tempo Presidente da nossa Câmara Municipal -, encontram-se três acessos ao átrio Norte da Estação Areeiro do Metropolitano de Lisboa.

Estão desativados há vários anos, devido às obras de ampliação da gare por forma a poder operar com comboios de seis carruagens.

O mau aspeto dado pelos separadores de plástico no meio da Praça pouco importa, já, quando comparado com a lixeira em que se transformaram dois dos três acessos que se encontram encerrados.

Porcaria atrai porcaria, e o gradeamento de um deles serve, já, para depósito de sacos de lixo ao serviço de quem não se quer dar ao incómodo de os depositar nos contentores apropriados.

Moradores e comerciantes queixam-se não apenas do mau aspeto e dos incómodos, mas, também, da falta de salubridade que a situação traz consigo, sendo frequentes as visitas de ratazanas, visíveis, por vezes, até nos passeios da emblemática Praça.

Segundo dizem, às sucessivas interpelações, os Responsáveis respondem, apenas: "Vamos ver... Vamos ver...".

As obras começaram em 2008, estando prevista uma duração total de três anos. No entanto, só a primeira das duas fases - átrio Sul - durou cinco.

Quanto à segunda - átrio Norte - apenas foi iniciada, já que, pouco tempo após ter começado, ficou parada, supostamente por incumprimento do empreiteiro.

Foi pouca sorte, talvez. Pior sorte, em todo o caso, do que teve a novíssima estação da Reboleira, inaugurada já em Abril de 2016, com pompa e circunstância, e para a qual parecem não ter faltado fundos ou soluções.

Mas será, assim, tao difícil, terá de demorar tantos anos ultrapassar questões de incumprimento por parte de um ou outro empreiteiro?

E, já agora, qual terá sido a razão do incumprimento - sabendo, como se julga saber, como é difícil receber dinheiro da Câmara ?

Independentemente das "derrapagens", dos atrasos e das suas causas, trata-se de uma questão premente de saúde pública.